Carlos Brito auto-suspende-se do PCP
Em declarações à TSF, o antigo dirigente comunista — suspenso em Julho do ano passado por dez meses num processo que levou também à expulsão de Edgar Correia e Carlos Luís Figueira — explica que a decisão agora anunciada é um protesto contra a sanção de que foi alvo "mas também contra as outras medidas persecutórias, de suspeição e de afastamento contra camaradas que têm levantado a voz com posições e críticas em relação à actuação da direcção ou de outros trabalhos do partido".
Apesar do afastamento (agora voluntário), Carlos Brito mostrou-se esperançado na possibilidade de renovar o partido: "É necessário que nós afirmemos aquilo que é preciso fazer de maneira diferente e é isso que o movimento crítico tem procurado fazer, além de ser uma instância de encontro e diálogo entre comunistas das mais diversas sensibilidades".
Ainda assim, o histórico comunista admite que a renovação a partir do exterior "é um processo que será sempre lento e demorado", mas sublinha que a ala renovadora tem optado por espaço de debates externos porque "dentro do PCP foram tomadas medidas que impediam a manifestação de qualquer opinião crítica".