Escutas telefónicas revelam ligações perigosas de António Preto

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Segundo o mesmo semanário, no total, foram entregues ao deputado social-democrata 40 mil euros em notas (entre Abril e Maio de 2002, quando decorria a campanha para as eleições na distrital) por um empresário que era seu cliente.

Nas transcrições a que o "Expresso" teve acesso, Preto confessa-se assustado quando se depara com uma mala cheia de dinheiro dizendo a Virgílio Sobral de Sousa: "Uma mala? Isso até me assusta!". Numa outra passagem, com o mesmo interlocutor, Preto confirma que já tem o dinheiro e mostra-se radiante: "Estou aqui a receber o dinheiro, pá, como nunca vi na vida! Meu Deus!".

Os dois interlocutores de António Preto Virgílio Sobral de Sousa e o seu filho, Sérgio Sobral de Sousa. O primeiro é um dos autarcas da Amadora envolvido num caso de corrupção também já denunciado pelo mesmo semanário em 10 Maio.

Depois de ouvir estas conversas, o Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra considerou-as "altamente suspeitas" por não referirem "qualquer empréstimo ou sequer pagamento de dívidas ou até honorários" e manda abrir um inquérito.

António Preto disse ao "Expresso" que não pretende demitir-se, mas com o avolumar das suspeitas, vão surgindo vozes críticas dentro do PSD, como é o caso do eurodeputado Pacheco Pereira que, na sua crónica habitual no PÚBLICO, sugere, sem referir nomes, que é "inaceitável" para quem tem uma actividade política "ter contas na Suíça" ou "aceitar malas de dinheiro".

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