Assimetrias regionais em Portugal continuam vincadas

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A inversão da tendência demográfica no Alentejo terá que passar pela atracção de investimento e criação de emprego, diz Henrique Albergaria Pedro Cunha/PÚBLICO

Em declarações à Lusa, durante o décimo Encontro Nacional da APDR, a decorrer entre hoje e sábado na Universidade de Évora, Henrique Albergaria realçou que a diminuição das assimetrias "não significa que elas não sejam ainda enormes e indesejáveis, sendo necessário corrigi-las".

"Continuam a existir grandes assimetrias regionais, entre o litoral e o interior, no entanto, os números revelam que elas têm vindo a diminuir", especificou.

"Não é razoável dizer-se que continuam sempre, sempre, sempre, a aumentar. Não é verdade", salientou o presidente da APDR.

Contudo, também segundo Henrique Albergaria, "o movimento que há em sentido contrário é ainda muito débil". "A este ritmo", previu, "precisaríamos de muitas dezenas de anos" para corrigir as assimetrias regionais.

As migrações e assimetrias regionais são temas em discussão no Encontro Nacional da APDR, dedicado à temática geral da "Demografia e Desenvolvimento Regional".

A escolha do tema genérico foi justificada pelo presidente da associação com o facto de este ano serem divulgados os resultado finais dos recenseamentos europeus de 2001.

Alentejo é a região mais problemática

A problemática da demografia e do desenvolvimento regional aplica-se em concreto ao Alentejo, a região portuguesa que, frisa, "tem maiores problemas" neste domínio.

Reconhecendo que os problemas demográficos são "terrivelmente complexos de resolver", o especialista avança, porém, com a opinião de que o Alentejo vive uma "inércia demográfica", numa referência às taxas de natalidade e de mortalidade. "O saldo natural, só por si, faz diminuir a população no Alentejo", explicou.

Henrique Albergaria preconizou concretamente a necessidade de o Alentejo "estancar" a emigração e atrair fluxos migratórios para aumentar o potencial demográfico e fazer rejuvenescer a população alentejana.

Defendeu ainda que a inversão da tendência demográfica no Alentejo terá que passar também pela atracção de investimento e criação de emprego. "Se não houver o ganha-pão, para onde vão as pessoas?", questionou ainda o mesmo especialista.

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