Frisemos apenas duas coisas: a primeira, sinal sobretudo de uma maturidade impressionante de Haynes, é a maneira como o seu filme transcende o "gesto", a maneira como não se contenta em ser uma "instalação", assim reduzindo a manobras quase pueris de objectos recentes como o "Psico" de Van Sant ou as "Oito Mulheres" de Ozon. A segunda, decorrente da primeira, é o trabalho sobre os códigos e as formas do melodrama: estão lá, manifestam-se, mas da mesma maneira que os "anos 50" (que estão no filme, essencialmente, como "projecto") só interessam a Haynes na medidam em que sugerem ou explicitam a sua própria incapacidade e o seu falhanço. Nesse sentido, o fabuloso "dénouement" de "Longe do Paraíso", com a devolução da protagonista à banalidade do "fluxo" da vida e do mundo, permite falar numa espécie de "pós-melodrama".
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