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Jekyll e Hyde

A sua personagem principal, aquela espécie de mitómano envergonhado que descobre de repente que "nous sommes tous des proletaires", dificilmente encontrará par nalgum filme visto nos últimos tempos. É uma espécie de criatura que se faz auto-criador, simultaneamente doutor e monstro de Frankenstein, Jekyll e Hyde em voluntária sobreposição de personalidades. E o segredo do filme é que quanto mais avança mais esta dimensão alucinada se vai impondo, como se fosse um filme de Hitchcock - a máscara vai ter que cair, mas quando e como? Resta dizer o óbvio: que nunca ninguém filmou assim aquilo a que, outrora, se chamaria uma "temática social".

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