É verdadeiramente de pôr os nervos em franja. Fica a dúvida sobre se Benigni acredita sinceramente "nisto", se esta é genuinamente a sua visão de um "neo-chaplinianismo" contemporâneo, ou se tudo não passa de uma calculada (e falhada) pose de humanismo auto-conscientemente "ingénuo". O mais fácil de salvar, ainda assim, é o gesto megalómano, como se Benigni, presença constante na cabeceira do Fellini moribundo, tivesse interiorizado a ideia de uma passagem de testemunho. Mas a simpatia pelo gesto não ilude a monstruosidade de "Pinóquio", filme para enervar os adultos e aterrar as criancinhas. Ou será tudo propositado, um filme para levarmos em cima com o lado mais desagradável do humor de Benigni?
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