Blix deve apresentar novo relatório na próxima semana
Blix declarou à imprensa que os membros do Conselho de Segurança manifestaram um “interesse considerável” por um relatório do género.
A publicação desse mesmo relatório estaria agendada para o dia 27 de Março, mas Blix indicou que estará em condições de o apresentar aos membros do Conselho de Segurança “já na próxima semana”.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Espanha – que apresentaram um projecto de resolução para obter a autorização de desarmamento do Iraque com recurso à força, a menos que o Iraque coopere plenamente com os inspectores da ONU até ao dia 17 de Março – viram os seus planos gorados após as garantias de veto da Rússia e da França.
Por isso, a votação da nova resolução que impunha a data-limite de 17 de Março, marcada para hoje, foi adiada para quinta-feira e o ultimato arrastar-se-á para o dia 21 de Março.
Paris e Moscovo anunciaram ontem que irão exercer o seu direito de veto contra uma segunda resolução da ONU autorizando uma acção militar contra Bagdad. O Presidente francês, Jacques Chirac, anunciou ontem à noite que a França utilizará o seu direito de veto em “quaisquer que sejam as circunstâncias”. Por seu lado, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Igor Ivanov, estimou que a vontade americana de impor um regime democrático no Iraque redundará em “fracasso”.
O veto de apenas um dos cinco membros-permanentes do Conselho de Segurança (Rússia, França, Estados Unidos, China e Reino Unido) é suficiente para impedir a adopção de uma resolução. Por outro lado, é preciso que nove países entre os 15 membros do Conselho votem a favor e que não haja nenhum veto para que a nova resolução seja aprovada.
Por seu lado, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, já advertiu a França que um veto da sua parte terá “consequências graves” ao nível das relações franco-americanas, pelo menos “a curto prazo”.
Neste contexto, o secretário-geral da ONU, Koffi Annan, já advertiu solenemente os Estados Unidos contra uma acção militar no Iraque sem o aval do Conselho de Segurança. Se os membros do Conselho “não se entenderem sobre uma segunda resolução, e se uma acção for lançada sem a autoridade do Conselho de Segurança, a legitimidade e o apoio a uma tal acção ficarão seriamente afectadas”, disse.
Entretanto, o Iraque declarou que irá lutar “até ao último cartucho”, em caso de uma ofensiva americana.