Luís Ribeiro, fundador da Telecel e da Optimus e, hoje, à frente da área de "media" da Portugal Telecom, defende que pela primeira vez nos últimos anos a tecnologia está "dois ou três passos à frente da procura". É com esse argumento que explica o atraso na chegada da terceira geração móvel (UMTS) e da televisão digital terrestre (TDT). "É preciso deixarmos que essa procura ganhe maturidade" e que os consumidores "percebam a importância dos serviços", para que as novas tecnologias cheguem ao mercado, segundo afirma. Reconhece que a liberalização da rede fixa correu menos bem, que são precisas alterações no modelo, mas recusa a ideia de que o mercado está a caminhar para um monopólio regulado. No móvel, continua crente numa consolidação, até porque determinadas circunstâncias, que estão "para além da vontade dos próprios operadores", assim o obrigam. Luís Ribeiro foi, nos últimos dois anos, presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), cargo que vai deixar no próximo dia 25.