Rede de sete parques de negócios para o distrito de Santarém
Programa "Parques de Negócios do Vale do Tejo" projecta 290 hectares de espaços empresariais infra-estruturados e com serviços de apoio. As obras para o parque de Rio Maior começaram há três meses.
Criar uma rede de sete parques de negócios no distrito de Santarém é o principal projecto que a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) tem em mãos para os próximos quatro anos, aplicando também uma nova filosofia de definição de "Áreas de Localização Empresarial" preconizada pelo Ministério da Economia. As obras do primeiro já decorrem em Rio Maior, há três meses, e na calha estão os parques de negócios de Santarém, Torres Novas, Abrantes, Alcanena, Coruche e Fátima-Ourém. Tudo num investimento que deverá rondar 70 milhões de euros, seguindo modelos bem sucedidos noutros países europeus, designadamente em França e em Espanha, com os chamados "polígonos industriais".Baptizado de "Parques de Negócios do Vale do Tejo" (PNVT), o programa deverá produzir mais de 290 hectares de espaços empresariais devidamente infra-estruturados e articulados com serviços de apoio, e poderá incorporar, nalguns casos, equipamentos de vocação mais alargada, como o aterro para resíduos industriais banais previsto para o parque de negócios de Rio Maior.Segundo o presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, um estudo sobre a realidade económica do distrito, feito há quatro anos, permitiu concluir que existem dois pólos mais dinâmicos, um a norte, na zona de Ourém, e outro a sul, em Benavente. "Havia necessidade de dar a volta a isto, porque o distrito perdera cem milhões de contos de investimentos (de fundos comunitários) porque não havia zonas industriais preparadas para os aproveitar", vincou.A Nersant encomendou, então, um estudo a um técnico especializado para definir as áreas com melhor aptidão para gerar novos pólos de desenvolvimento regional, e surgiram assim os sete locais previstos para esta rede de parques de negócios.Era preciso, ao mesmo tempo, encontrar uma forma de animar e sustentar o desenvolvimento autónomo, mas integrado, destes sete parques. A estratégia seguida passou pela constituição de sociedades gestoras para cada um deles, com participações da respectiva câmara municipal - as autarquias também se envolvem na cedência total ou parcial dos terrenos -, da Nersant e de empresas interessadas. Foi assim que surgiu a Depomor SA, empresa que vai construir e gerir o parque de negócios de Rio Maior (ver caixa).Está prevista, também, a criação da Sociedade Parque de Negócios do Vale do Tejo, vocacionada para liderar novos projectos e administrar as participações da Nersant."Pensamos que esta é a última oportunidade de fazer grandes investimentos estruturantes neste país e pensámos em ser ambiciosos. Mais recentemente saiu o Decreto-Lei 46/2001, que veio encaixar em todo o modelo que tínhamos desenvolvido e que vem gerar uma autêntica revolução no exercício das actividades económicas", frisou José Eduardo de Carvalho. De acordo com o presidente da Nersant, esta lei visa combater "o desordenamento que havia" no sector, não permitindo a instalação de empresas fora das chamadas Áreas de Localização Empresarial (ALE).Esta é também a filosofia da rede de PNVT, que prevê a criação de uma espécie de condomínio fechado, onde as empresas terão acesso a serviços comuns que incluem bancos, correios, posto de abastecimento de combustíveis, restaurante e hotel, entre outros. Ao mesmo tempo, este modelo pretende evitar os problemas ambientais que por vezes afectam as populações vizinhas das unidades industriais, retirando-as do tecido urbano e colocando-as em áreas próprias.Depois de Rio Maior, os projectos de Santarém e de Torres Novas são os mais adiantados, com a constituição das respectivas sociedades ainda em Janeiro, decorrendo os preparativos para a formação das restantes quatro sociedades gestoras. Nesta altura já aderiram a estes projectos 53 empresas privadas.Às sociedades gestoras competirá, entre outras atribuições, garantir o funcionamento das infra-estruturas e a prestação dos serviços comuns, fiscalizar as empresas instaladas e tratar da cedência ou alienação dos terrenos e dos edifícios destinados a empresas.