Líder indonésio ameaça resistir à detenção
Bachir, que foi internado devido a insuficiências respiratórias, cinco dias depois do ataque que causou quase 200 mortos, permanece no hospital, embora esteja formalmente detido.
"Vou respeitar o mandato judicial e comparecer para interrogatório, mas a minha detenção é ilegal", garantiu Bachir, afirmando-se disposto a "rejeitar todos os esforços" para o deter, "até ao limite" as suas capacidades. Para Bachir, a acontecer, a sua prisão serve apenas o interesse dos "governos terroristas da América e dos seus aliados".
Com o tom de desafio adoptado agora, crescem os receios de que esta detenção possa causar uma reacção violenta por parte dos seus seguidores. Até agora, algumas centenas de pessoas têm protestado nas imediações do hospital em que se encontra, em Solo, incluindo muitos adolescentes das escolas fundadas pelo clérigo, mas não se registaram quaisquer incidentes.
É precisamente em Solo, a 400 quilómetros de Jacarta, que se concentra a sua influência. Embora negue a liderança da JI e as supostas ligações à Al-Qaeda - e mesmo a existências destes dois grupos -, Bachir é conhecido pela defesa pública da instituição de um estado islâmico no Sudeste Asiático. A começar pela própria Indonésia, o maior país muçulmano do mundo.
Embora em Jacarta já não restem dúvidas da participação da rede de Osama bin Laden no atentado e vários investigadores e governos sejam unânimes em considerar a JI o principal elo na Al-Qaeda na região e Bachir como seu líder, para já, as suspeitas não se prendem com Bali.
Na base do mandato de detenção para interrogatório está o testemunho de Omar al-Faruq, primeiro operacional da Al-Qaeda a ser detido na Indonésia. Faruq implica Bachir nos atentados que no Natal de 2000 causaram a morte a 19 pessoas e em conspirações para assassinar a Presidente Megawati Sukarnoputri.
A polícia continua à espera que lhe seja data alta, o que poderá acontecer hoje mesmo, segundo disseram à BBC os seus médicos.