Investigador açoriano defende classificação do banco D. João de Castro como área protegida
O monte submarino localiza-se entre as ilhas de S. Miguel e da Terceira e emerge a partir de fundos de cerca de 1500 metros, tendo o seu ponto mais elevado localizado a cerca de 13 metros abaixo do nível do mar.
Segundo este investigador, a protecção deste recife traria benefícios quer para a pesca quer para a investigação numa zona onde ocorrem os epicentros de inúmeros sismos.
O banco D. João de Castro como área protegida garantirá a possibilidade das diferentes espécies crescerem o suficiente para se deslocarem para zonas próximas onde o esforço de pesca não põe em causa a sua sobrevivência, acrescentou nas jornadas do Ambiente hoje iniciadas em Angra do Heroísmo.
Segundo Frederico Cardigos, a medida permitiria o desenvolvimento de um "plano de gestão aberta com vigilância" e intervenções de conservação viabilizadoras da troca de genes pelos indivíduos da mesma espécie, numa área que "possui um elevado valor para a ciência e para a economia, especialmente na pesca e no turismo".
Ao fundamentar a importância do banco D. João de Castro, o investigador indicou que a pesca do espadarte efectuada por empresas do Continente e Madeira em zonas próximas chega a valer um milhão de euros por safra.
João Pedro Barreiros, outro investigador açoriano, admitiu a possibilidade de "em alguns dos raros bancos de pesca das ilhas ocorrer já uma sobre-exploração de várias espécies".
Embora reconhecendo a inexistência de dados suficientes para afirmar que existe o perigo de extinção iminente, sublinhou que "provavelmente haverá uma diminuição das reservas porque há um excesso de pesca".
Importa, por isso, reduzir o esforço de pesca de algumas espécies de fundo residenciais como a abrótea, pargo ou goraz, advertiu.