Tem-se falado muito da importância dos efeitos especiais em "Donnie Darko", mas menos daquilo que lhe confere a sua maior singularidade: o facto de o filme de Richard Kelly habitar, com originalidade e actualidade, uma estrutura narrativa e formal que é essencialmente fundada nas mais elementares regras clássicas. Aliás, é tão mais curiosa essa vontade de trabalhar a partir de códigos reconhecíveis quanto um dos temas centrais do filme foca, justamente, questões de integração e de marginalização. Com um invulgar sentido do tempo e da "mise en scène", "Donnie Darko" constrói a partir daí um belíssimo conto romântico e demencial, com uma história que podia ter sido escrita por Poe se este tivesse vivido nos anos 80 do século XX. Inteligente e sensível, é um filme a descobrir com urgência, uma das boas surpresas americanas deste ano.
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