Em "Relatório Minoritário" há citações explícitas, de "Laranja Mecânica", por exemplo, mas é "2001, Odisseia no Espaço" que serve de obra de cabeceira. O que não retira ao filme o cunho pessoalíssimo de Spielberg, mais negro e inteligente do que nunca, não deixando de perseguir as obsessões da sua filmografia. Se em "A.I." os robôs queriam ser humanos, agora são os humanos que querem provar que não são robôs. Com este "noir" futurista e existencialista em que uns seres "pré-cognitivos" adivinham os crimes antes de eles serem cometidos - um sistema asséptico aparentemente perfeito -, o realizador mostra-se mais liberto da polpa de candura (enfim, restam uns embaraços no final) e mergulha num visionarismo a toda a prova: a acção passa-se em 2054, mas as inquietações são de hoje.
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