Um filme velhote

Ui, que Sam Mendes se estatela aqui ao comprido. Mesmo não se defendendo que "Beleza Americana" fosse uma obra prima, esperava-se um pouco mais da continuação da aventura de Mendes em Hollywood. Mas "Caminho para Perdição" é um filme que serve de bom exemplo para se perceber a diferença entre a inspiração clássica (ou o neoclassicismo) e o mero academismo, muito bem decorado e composto mas sem genica nem vida própria. Compare-se, por exemplo, com "The Yards", de James Gray (que vem à ideia por várias razões), muito mais subtil na recomposição dos princípios clássicos, muito mais hábil no cruzamento do melodrama familiar com a intriga mafiosa. "Caminho Para Perdição" é um filme velhote, com problemas nas articulações e cheio de colesterol no sangue - mexe-se mal, com muita dificuldade, e se se ouvir com atenção, percebe-se que também arfa.

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