Com bastante menos sinais distintivos do que "Memento" - o filme que trouxe a glória, porventura efémera, a Christopher Nolan -, "Insomnia" exibe uma rotina sólida que não esbanja os seus atributos. O argumento é engenhoso, e vagamente reminiscente do de "Where the sidewalk ends", de Preminger (onde um polícia, Dana Andrews, investigava um crime que ele próprio cometera), explorando o tema da culpa na sua acepção menos metafísica e mais eminentemente prática: apenas o nó no estômago do "medo de ser apanhado". Al Pacino, mesmo com a tendência para colocar tiques de "grande actor" no mais pequeno gesto, corporiza bem esse medo, reflectido pelas noites brancas do Alasca, que são a boa ideia cénica do filme.
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