Cimeira franco-alemã à procura do relançamento do eixo Paris-Berlim

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Schroeder deve abandonar a liderança da Alemanha em Setembro Jens Buettner/AFP

Num futuro político marcado pela incerteza para o chanceler alemão Gerhard Schroeder, dado como derrotado nas eleições de Setembro próximo pelo seu rival conservador Edmund Stoiber, os dirigentes dos dois países reafirmaram a sua vontade de relançar e dinamizar as relações franco-alemãs na perspectiva do início do alargamento da União Europeia previsto para 2004. A renovação do Tratado do Eliseu (assinado em Paris pelo Presidente Charles De Gaulle e pelo chanceler Konrad Adenauer no dia 22 de Janeiro de 1963) é visto como um sinal dessa vontade de cooperação entre Paris e Berlim.

No entanto, alemães e franceses não têm escondido os seus diferendos sobre o futuro da Política Agrícola Comum (PAC), sobre a qual a França, que tem sido a principal beneficiária, recusa assinar uma reforma antecipada, exigida pela Comissão Europeia e pela Alemanha, antes do início do alargamento do grupo dos Quinze. A Alemanha é de longe o maior contribuinte do orçamento da União Europeia da qual depende a PAC, em vigor até 2006.

O momento político que os dirigentes de ambos os lados atravessam poderá constituir outra das dificuldades do encontro. Se a França se desloca a Schwerin com um Presidente Jacques Chirac reeleito triunfalmente e um primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin com uma maioria esmagadora no Parlamento, o chanceler Schroeder enfrenta a 22 de Setembro eleições legislativas que, a acreditar nas sondagens, darão a vitória ao seu rival Edmund Stoiber.

No entanto, uma fonte próxima do chanceler disse ontem à AFP que qualquer que seja o resultado do escrutínio de 22 de Setembro, a França e a Alemanha devem "trabalhar em conjunto para assegurar o sucesso" do alargamento.

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