Bebel Gilberto apresenta-se esta noite na Figueira da Foz
Iniciou muito cedo parcerias com Cazuza, e mais tarde emigrou para os Estados Unidos, onde tocou e cantou com músicos como David Byrne, dos Talking Heads, Arto Lindsay e Dj Towa Tei (do grupo Dee-Lite).
Durante a década de 90, Bebel era mais conhecida na Europa e nos Estados Unidos do que no Brasil. As coisas mudaram quando lançou o álbum "Tanto Tempo", em 2000, pelo selo Ziriguiboom, da editora belga Crammed. O disco atingiu o "top" das tabelas internacionais de Worl Music, acabando por ser finalmente lançado no Brasil no Outono de 2000. O sucesso foi imediato.
Compositora razoavelmente inspirada, Bebel Gilberto brilha, principalmente, pelas interpretações "soft", que fazem lembrar o seu pai João Gilberto, o homem que ajudou a fundar a Bossa Nova. Os seus detractores chamam simplesmente "easy-listenig" ao seu estilo musical, mas basta ouvi-la ao vivo para perceber que Bebel tem o talento de tornar única cada música que canta. A cantora recria com elegância clássicos da Bossa Nova como "Samba da Bênção" (Baden Powell/Vinicius de Moraes), ou "Samba e Amor" (Chico Buarque), mas avança também pelos caminhos da música electrónica como em "Day Song", em que faz um dueto com Nina Miranda, dos Smoke City. Sem esquecer, claro, as parcerias que assinou com o malogrado Cazuza durante a década de 80, em especial "Eu preciso dizer que te amo" e "Mais feliz", que foi recriada com grande felicidade por Adriana Calcanhotto.
Esta noite, na Figueira, e no domingo, no Porto, Bebel Gilberto tem duas oportunidades para conquistar o público português com a sua música suave e "cool", mas de uma grande intensidade.