Israel ameaça agir se chefe da FPLP for libertado
"Tal libertação será uma violação do acordo com os americanos e britânicos e, nesse caso, Israel será livre de agir em conformidade com os seus imperativos de segurança", declarou o ministro da Defesa israelita, Binyamin Ben-Eliezer, alertando para as graves consequências da libertação de Saadat.
O primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, afirmou que vai fazer tudo para assegurar que Saadat fica na prisão. "Tomaremos as medidas necessárias de forma a que não seja possível libertar uma pessoa que esteve envolvida num assassinato, ordenou um assassinato, e cuja organização continua a ser responsável por assassinatos actualmente", disse Sharon aos jornalistas.
Por seu lado, a FPLP felicitou o anúncio da decisão judicial de libertar um dos seus líderes e prometeu prosseguir com a Intifada. "Apelamos à Autoridade Palestiniana de Yasser Arafat que aplique a decisão imediatamente", declara o movimento em comunicado. A FPLP exige ainda que sejam libertados "todos os detidos nas prisões palestinianas, entre os quais quatro membros da FPLP", apelando à Autoridade Palestiniana para "não julgar aqueles que lutam pela liberdade".
O Supremo Tribunal palestiniano ordenou a libertação do líder da FPLP, detido desde 1 de Maio em Jericó, na Cisjordânia, baseando-se no facto de não existirem provas contra ele, segundo disse à AFP o advogado de Saadat, Raji Surani. Israel acusa Ahmad Saadat de ter ordenado o assassinato do ministro do Turismo israelita Rehavam Zeevi, reivindicado pelo braço armado da FPLP.
Saadat faz parte do grupo de seis palestinianos transferidos do quartel-general da Autoridade Palestiniana, em Ramallah, para a prisão de Jericó, no âmbito do acordo israelo-palestiniano-americano que permitiu o levantamento do cerco israelita a Yasser Arafat.
Os detido são vigiados por guardas prisionais palestinianos, sob a supervisão de britânicos e americanos. Contrariamente aos outros quatro detidos, Saadat e Fuad Shubaki, próximo de Arafat, ainda não foram acusados de nada e estão oficialmente sob a guarda do procurador-geral palestiniano, beneficiando de um regime de prisão flexível.