Sampaio acrescentou que Cabo Verde é um "exemplo vivo de que o desenvolvimento não depende da abundância de riquezas naturais de que um país dispõe, mas sim da sua maturidade política, do talento e indústria das suas gentes, do rigor dos seus governantes, da capacidade da sua administração".

O chefe de Estado português realçou a cooperação entre os dois países, nomeadamente a nível judiciário, financeiro e entre municípios, além das áreas tradicionais de ligação como a educação, a saúde e a administração pública.

Sampaio referiu ainda o facto de Cabo Verde ser o segundo maior mercado de Portugal em África e um dos mais importantes destinatários do investimento português no estrangeiro - em especial nos sectores da banca, da construção civil, da energia e do turismo.

Sampaio já tinha condecorado hoje o chefe de Estado cabo-verdiano com o Grande Colar da Ordem do Infante.

Por seu lado, o Presidente cabo-verdiano (referindo-se a Portugal como um "país amigo") destacou a importância da preservação e difusão da língua portuguesa, que considera "vital" para a "plena inserção" da comunidade lusófona na "modernidade".

Referindo-se a Cabo Verde como uma "nação diasporizada", o chefe de Estado cabo-verdiano frisou que um dos eixos da políticas externa do seu país visa "o bem-estar e a integração social e cultural dos cidadãos cabo-verdianos residentes no exterior". Pedro Pires assegurou a disponibilidade do Governo de Cabo Verde em "cooperar com as autoridades dos países de acolhimento nas políticas que se destinam aos imigrantes cabo-verdianos".

Pedro Pires considerou o combate à pobreza e a abertura de perspectivas mais promissoras aos povos do Sul como um acto de "solidariedade humana" e essenciais para a abertura dos mercados e para a segurança mundial.

O Presidente de Cabo Verde saudou ainda o cessar-fogo em Angola e manifestou a disponibilidade de Cabo Verde em "incentivar e apoiar" a consolidação da paz naquele "país irmão", cita a Lusa.

Ainda a nível internacional, o chefe de Estado destacou a independência de Timor-Leste e, em contraste, "a guerra, a violência, a insegurança, o medo e a incerteza" que se vivem no Médio Oriente.

Esta é a primeira visita oficial de Pedro Pires a Portugal desde que foi eleito, em Fevereiro do ano passado.