Adido militar dos EUA entre conspiradores do golpe de Estado venezuelano
Contactado pela AFP, o adido de imprensa da embaixada dos EUA na Venezuela, John Law, limitou-se a dizer que "não tem qualquer comentário" a fazer a esta acusação.
"O adido militar norte-americano estava na sede da Inspecção Geral das Forças Armadas, no quinto andar de Fort Tiuna", a principal base militar de Caracas, "durante a preparação do golpe de Estado" realizado por uma junta civil e militar na noite de quinta para sexta-feira, revelou a fonte da Presidência venezuelana.
De acordo com estas informações, o adido militar, cujo nome não foi referido, "permaneceu em Tiuna desde as 18h30 de quinta-feira até ao golpe de Estado com os golpistas", concretizado cerca das 03h00 de sexta-feira.
Esta informação foi confirmada à agência noticiosa francesa por um almirante venezuelano na reforma, que pediu igualmente para não ser identificado. "O Governo norte-americano deve explicar a sua participação nos acontecimentos de quinta e sexta-feira e o povo venezuelano acredita que os EUA vão apresentar a suas desculpas, em nome das suas credibilidade e imagem, caso não tenham explicações para estas informações", sublinhou este militar.
Um funcionário do Departamento de Estado norte-americano afirmou ontem em Washington que o embaixador dos EUA em Caracas telefonou a Pedro Carmona, alertando-o para o perigo da dissolução da Assembleia Nacional, pouco antes do autoproclamado Presidente ter divulgado essa intenção em público.
Estas informações indicam que o Departamento de Estado norte-americano estava a par dos planos dos golpistas antes destes serem tornados públicos.
O papel de Washington no golpe de Estado contra um regime democraticamente eleito, que nunca chegou a condenar, suscitou críticas em vários sectores norte-americanos, em especial no Congresso, mesmo depois da Administração Bush ter negado a sua participação.