191 mortos em confrontos religiosos na Índia

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Esta manhã o Exército chegou a Ahmedabad para controlar a situação Sebastian D'Souza/AFP

Estes são os números negros da violência religiosa da última década, ao longo da qual morreram três mil indianos. A fúria centra-se na antiga mesquita de Ayodhya, destruída há dez anos por hindus. Os extremistas hindus começaram a construir um templo no mesmo local, o que levou ao alegado incêndio de várias carruagens de um comboio que transportava hindus - homens, mulheres e crianças - do local das obras, Godhra, para casa.

A povoação de Godhra, de onde partiria o comboio que ardeu, é neste momento o olho da tempestade, juntamente com a principal cidade do estado, Ahmedabad, onde esta manhã o fumo ainda subia no ar e as brasas ainda estavam acesas entre os escombros.

Esta manhã o Exército chegou a Ahmedabad para controlar a situação, estimou o secretário da Administração Interna do estado de Gujarat, Ashok Narayan, à Reuters. Hoje poderá ser um dia calmo também porque sendo sexta-feira, é dia santo para os muçulmanos, que estão reunidos nas mesquitas a rezar.

Segundo o secretário do Departamento do Interior, K. Nityanandam, 133 pessoas morreram nos motins de ontem, o que somando às vítimas do dia anterior resulta nas 191 vítimas da violência religiosa no estado.

A noite foi de conflitos esporádicos porque em algumas zonas foi imposto o recolher obrigatório. Ontem, multidões descontroladas violaram o recolher obrigatório e apunhalaram ou imolaram pelo fogo os muçulmanos que encontravam, ateando fogos nas estradas e gerando cada vez mais medo.

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