"Estes três líderes são de importância crítica para o futuro da África Austral", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, sobre Eduardo dos Santos, Joaquim Chissano e Festus Mogae. Segundo Fleischer, a agenda oficial do encontro inclui a estabilidade política na região, o desenvolvimento económico africano e o alastrar da epidemia da sida.

"É uma minicimeira, que terá um cunho fortemente regional. O grande tema será o Zimbabwe, haverá discussões sobre a posição dos EUA quanto a sanções ao Presidente [Robert] Mugabe e ao seu círculo mais próximo, Bush tentará que os líderes regionais assumam uma posição mais forte", disse ao PÚBLICO J. Stephen Morrison, líder do departamento africano do Center for Strategic and International Studies (CSIS) de Washington.

"Não espero que o Presidente [Bush] entre em detalhes nas questões bilaterais" com Eduardo dos Santos, diz Morrison. "Haverá uma exortação a que o Governo de Angola encare de forma séria" a oportunidade para um processo de paz aberta pela morte de Savimbi.

Bush deverá também pressionar o Presidente angolano no sentido de seguir as recomendações do FMI quanto à transparência nas contas estatais angolanas da exportação de petróleo. A ONG Global Witness apelou a Bush para que "peça contas" a Eduardo dos Santos sobre o "desvio" de parte das receitas do petróleo.

Eduardo dos Santos chegou aos EUA ontem à tarde, para manter reuniões com executivos de companhias petrolíferas que operam em Angola. Hoje, além de Bush, o Presidente angolano vai encontrar-se com o vice-presidente Dick Cheney e com o secretário de Estado Colin Powell. Um encontro previsto com o director do Banco Mundial, James Wolfensohn, foi cancelado. Eduardo dos Santos irá também presidir a um jantar organizado pelo CSIS em que estarão presentes 200 homens de negócios e académicos.