Uma mente entediante. O tarefeiro Ron Howard filma a biografia de John Nash, matemático-prodígio, Prémio Nobel da Economia, esquizofrénico, como uma espécie de "Forrest Gump meets Shine". Hollywood gosta destas histórias edificantes, ainda para mais quando são protagonizadas por um actor que concentra em si todos os tiques do género, no caso o rígido Russel Crowe (até Tom Hanks seria mais contido). Sabe-se que os "biopics" sofrem, muitas vezes, de uma tentação "clean" para reforçar o mito (para tornar tudo mais transparente, ou simbólico), mas pode ser que isso resulte contraproducente, como em "Uma Mente Brilhante". O que fica, no final? O retrato de um autista abençoado pela genialidade (ou o contrário, é indiferente), que um dia teve "uma ideia verdadeiramente original" e, muitos anos depois, a Academia Sueca lembrou-se dele. Felizmente, ou não teríamos filme...
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