Audição a Vale e Azevedo continua hoje com restrições no acesso à sala
Segundo o Sindicato dos Jornalistas (SJ), um despacho judicial do Tribunal da Boa Hora indicava ontem que "será assegurado o acesso à sala de audiências a um jornalista por órgão de comunicação social, até um total de doze, e por ordem de chegada", cita a Lusa.Ficam reservados exclusivamente para os jornalistas os dois bancos junto da entrada da sala, não sendo permitida a captação de imagens televisivas e fotográficas.
"O acesso de jornalistas ao tribunal [e não apenas na sala de audiências] far-se-á normalmente, não sendo permitidas contudo câmaras de filmar e máquinas fotográficas", lê-se no comunicado.
Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia, o despacho judicial veda o acesso dos operadores de câmara e repórteres fotográficos ao interior do Tribunal da Boa Hora, o que contraria a regra seguida na primeira sessão. O SJ admite que haja, neste ponto, um "erro de comunicação", pelo que irá encetar diligências de última hora para esclarecer e resolver a situação.
A decisão agora tomada contraria igualmente o entendimento de que o juiz ou a juíza de julgamento só deve decidir sobre o acesso ao interior da sala de audiências, já que as partes comuns do Tribunal só podem ver vedadas a mando do presidente do Tribunal.
O despacho faz referência igualmente a limites para o acesso de familiares do arguido e de advogados estagiários, não tendo sido avançados números exactos.
A primeira sessão de julgamento, na passada quinta-feira, realizou-se à porta fechada depois de a juíza Anabela Marques, que preside ao colectivo da Segunda Vara que julga o caso Vale e Azevedo, entender que não havia condições na sala para efectuar o julgamento segundo as regras da publicidade da audiência.
Vale e Azevedo, que optou por responder ponto por ponto à matéria acusatória, com a anuência do colectivo de juízes presidido por Anabela Marques, respondeu a apenas 35 dos 150 artigos da acusação na primeira sessão.