As premissas - ou as promessas - de "Rasganço" são bem mais interessantes do que as conclusões. A originalidade do olhar sobre a comunidade académica coimbrã acaba por se esgotar relativamente cedo, perdida na indistinção com que o filme se multiplica em portas e caminhos apenas entreabertos. Na vertente mais dramatúrgica, falta peso e "cheiro a mal" à história da personagem de Ricardo Aibéo, um pouco perdida entre a tentação da simbologia e a recuperação de ideias visuais pouco distantes dos clichés do filme de "serial killer" americano. Há alguma originalidade, repete-se, em "Rasganço", mas parece faltar ao olhar da sua realizadora um pouco mais de disciplina - uma falta que talvez tenha a sua melhor expressão no modo, um tanto anárquico, com que a câmara não pára de se mexer. De qualquer modo "Rasganço" é um evidente progresso em relação à inconsistente curta-metragem anterior, "O Rio Vermelho".
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