Doença das vacas loucas está em queda em Portugal

O número total de animais a quem foi confirmada a infecção com o agente da BSE é, agora, de 597 desde 1990, ano em que surgiu o primeiro animal doente - por sinal, importado do Reino Unido. A região de Entre Douro e Minho continua a ser a mais flagelada, com 381 casos. Segue-se a Beira Litoral (144) e Trás-os-Montes e Alto Douro (50). Nas outras regiões, a manifestação da doença das vacas loucas é residual ou nula: até agora, há sete casos em cada uma das três regiões da Beira Interior, Ribatejo e Oeste, e Alentejo. Finalmente, nos Açores surgiu um bovino com BSE. No Algarve e na Madeira não há casos registados.

A doença já foi diagnosticada em 81 bovinos que nasceram depois de Julho de 1994. Esta foi a data, recorde-se, em que passou a ser proibida a incorporação de farinhas de carne e ossos, principal agente de contaminação da doença, nas rações para ruminantes.

Por isso, é de grande importância observar e analisar a evolução da doença em função deste indicador, pois ele permite compreender até que ponto aquela determinação legal foi ou não respeitada pelos produtores. Com efeito, a maior parte daquelas oito dezenas de animais tinham, à data da morte, entre sete e oito anos de idade.

Rações contaminadas

Como a proibição foi decretada em 1994 mas só se tornou realmente efectiva a partir de Maio de 1996 - quando a crise das vacas loucas eclodiu em grande força e levou as autoridades veterinárias portuguesas a exercerem um controlo mais rigoroso sobre os ciclos produtivos -, é de concluir com grande margem de segurança que os animais foram alimentados com rações contaminadas, usadas de forma acidental ou intencional.

No entanto, o número de casos em animais nascidos após 1996 é praticamente residual e assim se tem mantido. Por isso, os especialistas veterinários são de opinião que a referida proibição foi generalizadamente seguida pelos agentes económicos nos anos subsequentes.

A evolução favorável da doença não foi ainda suficientemente acentuada para permitir a Portugal sair da lista de países com mais alto risco de BSE, segundo a classificação da Organização Internacional das Epizootias (OIE). Tendo em conta que existiam registados no território nacional 797.795 bovinos nos últimos 12 meses, a percentagem de casos de doença das vacas loucas é de 134 por milhão de animais. Ou seja, ainda se está longe dos 100 casos por milhão de bovinos com mais de 24 meses de idade que tornam possível a um país sair da "zona vermelha" de contaminação com a doença das vacas loucas. Todavia, a manter-se a actual tendência de descida da epizootia, é possível que até ao final do primeiro trimestre do próximo ano Portugal mude de categoria.

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