O dirigente russo começou as suas actividades à frente do país de forma decidida. A dura resposta militar do Kremlin ao ataque da guerrilha independentista tchetchena contra o Daguestão deu-lhe a vitória nas presidenciais de Março de 2000. O mesmo estilo decidido manteve-se na reforma da Federação da Rússia, quando o Presidente dividiu o país em sete círculos territoriais, dirigidos por homens da sua confiança, para enfraquecer o poder dos governadores das 89 regiões e repúblicas russas. Além disso, os governadores deixaram de ter assento no Conselho da Federação, câmara alta do parlamento.
Vladimir Putin conseguiu também fazer da Duma, câmara baixa do parlamento, um órgão dócil; dominou os oligarcas perseguindo dois deles, Gussinski e Berezovski; reforçou posições nas estruturas do poder ao chamar para elas numerosos colegas do KGB e conterrâneos de São Petersburgo. Ao contrário do seu antecessor, constantemente em conflito com o parlamento, Putin tem estabilidade política sem oposição de peso.
Na campo da política externa, tem-se mostrado muito mais activo do que o seu antecessor, revelando um desejo claro de alargar as relações diplomáticas, económicas e militares a novos países, não obstante isso provocar protestos dos EUA.
Mas continuam a tardar medidas radicais num campo fundamental como a economia. O país assiste a um crescimento económico, mas apenas devido ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional.
Alguns analistas atribuem este atraso à permanência de muitos homens de Ieltsin nas estruturas do poder, o que provoca lutas entre clãs no Kremlin. Por isso, prevêem para breve mudanças significativas na administração de Putin, bem como no Governo russo.