Regresso decepcionante de Carax: "Pola X" é o filme que vem pôr termo a quase dez anos de inactividade do cineasta francês e, de algum modo, ajustar contas com esse período. Ambição não falta a Carax, que faz da sequência inicial (uma montagem sincopada de imagens de bombardeamentos da II Guerra Mundial) uma espécie de "cicatriz" que se mantém, ao longo do resto do filme, na cabeça do espectador. Mas o filme tem pouco para responder a essa abertura: o registo é o de parábola (sobre a identidade, sobre o casal, sobre a família e, talvez o mais importante, sobre a criação e a aleatoridade do génio) imersa numa atmosfera realista, e Carax nunca resolve muito bem as contradições que daí advêm, dando origem a alguns momentos francamente ridículos - e quando o "visionarismo" falha, é sempre um pouco patético. Apesar de dois ou três planos, de dois ou três momentos, "Pola X" é um filme inchado e paquidérmico onde Carax queria que fosse imponente.
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