O Ivory do costume, académico e cada vez mais insensível ao que filma. "Infidelidades" nem é tão mau como alguns dos seus últimos filmes (é pelo menos melhor do que o lamentável "Sobreviver a Picasso"), mas nem por isso deixa de ser surpreendente que Ivory nunca encontre um olhar sobre as suas personagens, seja para as julgar seja para as libertar. Havia duas maneiras de filmar esta história: ou se amplificava a violência dos sentimentos e se fazia um melodrama amoral, ou se arrefecia esses mesmos sentimentos e se fazia um "conto moral", mais ou menos cínico. Ivory opta por um registo meias tintas, incapaz de resistir à ilustração e à exibição do guarda-roupa e dos cenários. Apesar dos esforços dos actores, quase todos irrepreensíveis, "Infidelidades" é uma oportunidade perdida e um claro falhanço.
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