De entre as muitas razões possíveis para se gostar de "Velvet Goldmine", uma das mais importantes residirá no facto de ele ser a brilhante formulação de uma hipótese de musical "pós-clássico" ? ou seja, a demonstração de que ainda é possível haver filmes conduzidos pelas combinações cromáticas, motivos musicais e movimentações físicas. A própria estrutura do filme, com os seus inúmeros "flash-backs" inspirados em "Citizen Kane", é pensada de acordo com esta suspensão de todos os naturalismos e continuidades narrativas, de maneira que fique apenas o caleidoscópio de cores, sons e corpos ? e não é o género musical que se reduz ao formato do "clip", mas antes este que se abre e que em "Velvet Goldmine" tem, porventura, a sua primeira grande expressão cinematográfica. Depois de "Safe" (e "Velvet Goldmine" é o "rosebud" de "Safe"), Todd Haynes confirma-se como um dos mais importantes cineastas americanos da década de 90.
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