Quando, para tentar relevar cenários e guarda-roupa, se começou a encenar Shakespeare em trajes modernos e a deslocar, por exemplo, o "Troilus e Cressida", da Guerra de Troia para a Guerra da Crimeia, ou "Ricardo III" para a década de 30, tempo de todos os fachismos, havia uma tentativa de conservar uma coerência na lógica da transposição. Quando Woody Allen baseou a sua "Comédia Sexual de uma Noite de Verão" no início do século, havia o intuito de contextualizar com um período áureo dos avanços científicos, integrando o todo shakespeariano nas suas particulares obsessões freudianas. Este "Sonho...", pelo contrário, nunca vai além do decorativo. Ninguém entende porque a escolha deste período histórico e não outro. Ninguém percebe a razão de um elenco de luxo para debitar de forma hesitante um texto extremamente complexo. E, já agora, existe realização, "mise-en-scène" ou apenas uma câmara correndo atrás dos actores?
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