Mais próximo do Mike Leigh televisivo do que incensado cineasta de "Nu" ou de "Segredos e Mentiras", este "Raparigas de Sucesso" repousa fundamentalmente na truculência das actrizes e no divertido retrato sociológico de uma Inglaterra neurótica, marcada pelas paranóias do liberalismo económico da senhora Thatcher. Reconhecíveis como imagens de autor ficam o gosto por uma sarcástica centralidade da abjecção e a capacidade de passar do ridículo ao sublime, do "kitsch" ao sério com extrema elegância. O resultado final ressente-se, porém, dessa elegância de uma fluência narrativa, que, apesar de todas as caricaturas, anula excessos e lima arestas.
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