O problema essencial de um filme como "Luna Papa", do tajique Bakhtiar Khudojnazarov, reside na originalidade do material fílmico: do princípio ao fim, nos confrontamos com imagens, metáforas, hipérboles, que reconhecemos do universo particular e coerente de Emir Kusturica. Dos surrealismos exóticos (a vaca que tomba do céu), a uma representação misteriosa do feminino, "Luna Papa" não perde uma oportunidade de se colar a um universo que apenas apanha pelas exterioridades. Filme desinteresante? De modo nenhum. O realizador revela boa fábrica e uma noção complexa do plano, mas não consegue nunca ir para além do "déjà vu". E nem uns pozinhos de documentarismo e de folclore centro-asiático ajudam à festa. No cômputo geral, uma curiosidade que as confusões da distribuição internacional, a presença extra-concurso em Veneza, e a nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro, ajudaram a subir além do seu modesto valor fílmico.
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