James Bond parece ter-se esgotado: Pierce Brosnan possui carisma suficiente para manter acesa a chama, mas a Guerra Fria foi-se e os bandidos internacionais, mercenários e outros, tendem a repetir-se sem graça. Por outro lado, as "bond girls" já não são o que eram e a insuportável Sophie Marceau é uma vilã muito pouco credível. O mais grave, porém, consiste na banalização da acção, sem o ritmo endiabrado de antigamente. O interesse das aventuras de 007 residia na capacidade de inventar um divertimento truculento e forte, para além de todas as incongruências de argumento, ou da inexistência de personagens. Ora, "O Mundo não Chega" incorre no Pecado Capital para este tipo de filmes: é chato, longo e comprido, não prende o espectador, e supre as suas insuficiências com uma pirotecnia de explosões, sem sentido, digna dos piores Stallones e Van Dammes. Assim, não há Brosnan ou Judy Dench que salvem Bond de morte por lenta e penosa exaustão.
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