Teatro Aveirense modernizado e polivalente
A recuperação e equipamento do Teatro Aveirense já começou. Há uma semana que as obras decorrem e prolongar-se-ão até Setembro do próximo ano. Depois da intervenção assinada por João Carreira, a sala de espectáculos promete reabrir com "uma programação adequada ao investimento". Estimado em 926 mil contos.
Modernidade e polivalência, num espaço de maior conforto e com melhores equipamentos técnicos, mas preservado nas suas características essenciais. A empreitada de recuperação e remodelação do Teatro Aveirense (TA) teve início na semana passada, está estimada em 926 mil contos, e deverá estar concluída em Setembro do próximo ano. Concluídas as obras, o edifício promete abrir portas com "uma programação adequada ao investimento" e aspira mesmo à integração na rede itinerante de espectáculos promovida pelo ex-ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho.Áreas destinadas a "régies", projecção de cinema e tradução simultânea, no primeiro balcão, um fosso de orquestra com plataforma elevatória, na zona do palco, e supressão do segundo balcão, por correcções acústicas e de visibilidade. Estas são algumas das novidades que o renovado TA vai propor ao público, dentro de um ano, quando reabrir, depois de "uma intervenção profunda e muito importante, a terceira maior da sua história", disse ao PÚBLICO o presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Alberto Souto.Segundo o autarca, a obra era "uma necessidade sentida há muitos anos". O teatro, inaugurado em 1881, estava "em perfeito declínio, havia, designadamente, o risco de incêndio". No entanto, continua, "o imóvel pertencia a privados, só em 1998 a autarquia conseguiu adquiri-lo, com o apoio do Ministério da Cultura". A empreitada de recuperação foi finalmente adjudicada em Maio passado, contando mais uma vez com o apoio do Ministério da Cultura, ao abrigo da Lei do Mecenato Cultural e do III Quadro Comunitário de Apoio.Depois da intervenção prevista no projecto da autoria da equipa do arquitecto João Carreira, o TA vai apresentar diversas alterações, entre as quais a criação, no sub-palco, de salas técnicas, nomeadamente para o piano e serviços de carpintaria, ou a substituição integral do tecto da sala grande. Outra alteração, que Alberto Souto refere como o "ovo de Colombo" da empreitada, será a introdução de dois novos pisos no topo do edifício, sobre o salão nobre, um destinado aos serviços administrativos, o outro para a instalação de salas de ensaio para o teatro e a dança.O mesmo projecto prevê igualmente o alargamento do "foyer" de entrada, a colocação de painéis acústicos em toda a zona destinada aos espectadores, e a criação de um bar de apoio com serviço de esplanada interior, e vocacionado para actividades como conferências e pequenas actuações. Acrescente-se ainda que a boca de cena do teatro vai ser alargada, e que a redução do número de lugares da sala grande para cerca de 800 espectadores - graças ao fim do segundo balcão - , promete ser "compensada com a possibilidade de realização de espectáculos em outro espaço", explica o presidente da câmara, garantindo que as fachadas do edifício vão ser "preservadas e valorizadas, ao nível da decoração e do gradeamento".E quanto aos espectáculos, parecem estar garantidas as condições mínimas para iniciativas de todas as áreas. "O TA vai ficar preparado, por exemplo, para projectar cinema, ao nível de ciclos e festivais", conta o autarca, referindo que o projecto de recuperação passou pela "consulta de associações culturais e artísticas da cidade, de diversos âmbitos".Quanto ao teatro especificamente, fica também a certeza de que "Aveiro não precisa de outro espaço", apesar do inegável "aumento do público para iniciativas culturais, especialmente ao nível da música clássica e da dança". Para Alberto Souto, o panorama resulta " do aumento da população universitária, que provoca efeitos na oferta e na procura". Cabe à câmara "corresponder a estas apetências com espaços e equipamentos", reconhece o presidente.É nesta ordem de ideias que a autarquia destaca a realização de outros dois projectos. Por um lado, um pavilhão multiusos, já adjudicado, a localizar na zona envolvente da cidade, direccionado para o desporto e espectáculos, e com capacidade para um total de entre seis a dez mil pessoas. Por outro, o novo Parque de Feiras e Exposições, obra que deverá estar pronta dentro de um ano, dando forma a um novo espaço dedicado a iniciativas da indústria da região e feiras tradicionais. Pavilhões para exposição, restaurantes e estacionamento para 815 automóveis, são algumas das linhas orientadoras do complexo avaliado em um milhão e trezentos mil contos, que está a ser construído na Baixa de Vilar, numa área total de 24 hectares.