Amor I love you
É um álbum sobre o amor, mas é também um magnífico disco de música urbana e cosmopolita com a voz doce da brasileira Marisa Monte protegida por arranjos e canções deliciosamente simples.
É o quinto álbum de Marisa Monte e o primeiro nos últimos quatro anos depois do álbum ao vivo "Barulhinho Bom". A opinião está longe de ser consensual, mas é também o álbum onde a dupla Marisa Monte e Arto Lindsay, acompanhados por um naipe interminável de músicos de todos os quadrantes, consegue arquitectar um universo mais coerente. O ponto de partida continua a ser a música brasileira nas suas mais diversas formas, mas o ponto de chegada é apenas um conjunto soberbo de canções.PÚBLICO - O seu último álbum de originais, "Verde Anil Amarelo Cor-de-rosa e Carvão", já tem seis anos. O novo disco parece ter sido feito num ambiente de grande tranquilidade. A aproximação a este disco foi diferente dos restantes?MARISA MONTE - O prazo para um processo de criação é sempre subjectivo. Cada disco é consequência de encontros, de coisas que escutamos e vivemos. Não adianta forçar porque é um processo muito subjectivo e complexo. Trabalhei muito nestes últimos anos. Fiz uma digressão enorme quando gravei o álbum ao vivo "Barulhinho Bom". Produzi o álbum do Carlinhos Brown, que é um trabalho de estúdio que não tem tanta visibilidade, mas que exigiu um grande esforço. Foi muito gratificante, aprendi muito com ele. Discuti com ele processos criativos. O ano passado produzi o álbum da Velha Guarda da Portela, que é uma escola de samba do Rio de Janeiro. São músicos de 70 anos de idade que só tinham três discos gravados. Fizemos uma grande pesquisa de repertório e gravámos um disco com músicas inéditas dos anos 50 e 60. Tanto o trabalho com o Carlinhos como o da Velha Guarda foram fundamentais para que eu me sentisse preparada para fazer o meu. Muitas coisas deste meu disco são consequência do meu trabalho com eles. Nas composições, na maneira de tocar os sambas ou nas experiências da bateria da Baía.