Vale e Azevedo avança com a SAD
Vale e Azevedo revelou ontem mais alguns pormenores sobre a SAD do Benfica. O conselho de administração ganha dois novos membros, um deles representando os investidores agrupados numa SGPS, mas que continuam anónimos. Álvaro Braga Júnior passa a ser o homem do futebol e uma empresa inglesa de investimento vai ajudar os "encarnados" na gestão e a reunir financiadores.
A Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Sport Lisboa e Benfica continua a avançar, embora a conta-gotas. Ontem, Vale e Azevedo, presidente do conselho de administração e do clube, revelou mais alguns pormenores sobre o andamento do processo. Dois novos administradores, uma empresa britânica de investimento e uma SGPS que aglutina um lote de investidores institucionais, que já avançaram com centenas de milhares de contos para a gestão corrente da SAD, foram as novidades anunciadas.Glenn Cooper é um dos dois novos administradores da SAD "encarnada". O inglês é o representante da Apax Corporate Finance, uma empresa sediada em Londres que funciona como um banco de investimento. Esta instituição auxiliará o Benfica na área da gestão, ao mesmo tempo que disponibilizará a sua carteira de clientes e contactos no mercado financeiro internacional para reunir investidores. Glenn Cooper não terá funções executivas e ficará ligado à vertente financeira e de relações internacionais da SAD benfiquista, representando os investidores internacionais. Este inglês já desempenhou funções idênticas no Manchester United há alguns anos, embora nunca tenha feito parte da administração do clube britânico.O outro novo administrador é João Barbosa, que será responsável pela área comercial e do "merchandising" e terá funções executivas. De resto, tudo se mantém quase igual. José Capristano é o representante do accionista Benfica e passará a ter funções mais estratégicas e menos executivas, sendo agora co-adjuvado por Álvaro Braga Júnior (o novo director-executivo do futebol da SAD); António Leitão é o responsável financeiro da SAD, com funções executivas; Teresa Leal Coelho fica responsável pela área institucional e cultural, bem como pelas relações públicas, comunicação e organização dos jogos; Martim Cabral fica com as áreas da televisão, "pay-per-view", internet e novas tecnologias. Na presidência mantém-se Vale e Azevedo.O líder benfiquista revelou ainda que já foi constituída uma Sociedade Gestora de Participações Sociais (SGPS), com um capital social de três milhões de contos. Esta empresa reúne diversos investidores que "possuem os meios financeiros necessários para subscrever a totalidade do capital da SAD, caso os sócios benfiquistas não o façam", disse o presidente "encarnado". Estes investidores já efectuaram "pré-subscrições de centenas de milhares de contos", o que tem permitido ao Benfica a "indispensável solvência financeira para desenvolver a sua normal actividade", confessou Vale e Azevedo. Mas este apoio tão significativo não foi suficiente para que o presidente da SAD revelasse o nome desses investidores. Certa é a presença de Glenn Cooper e de Miguel Pape como administradores da SGPS, na qualidade de representantes desses investidores institucionais.Vale e Azevedo anunciou ainda que todo o processo relativo à subscrição pública e ao respectivo aumento do capital social da SAD está concluído. Só falta definir, com o parceiro financeiro que intermediará toda a operação (e que continua no "segredo dos deuses"), o "timing" mais adequado para o seu lançamento, explicou o presidente benfiquista: "A administração da SAD tem tudo pronto, mas, por razões estratégicas, ainda não é oportuno entregar o 'dossier' à CMVM. Lançar uma subscrição pública no momento em que um outro clube foi campeão e em que se disputa uma final da Taça sem a nossa presença não é o mais adequado." Vale e Azevedo não adiantou qualquer data para a conclusão de um processo do qual os sócios parecem estar cada vez mais afastados.Entretanto, o presidente do conselho de administração da SAD anunciou que já foi feita a avaliação da equipa de futebol profissional do Benfica, um dos activos mais importantes da SAD "encarnada". Segundo os auditores consultados, o plantel benfiquista foi avaliado em oito milhões de contos, "um valor bem superior aos do Sporting e do FC Porto, o que demonstra bem a qualidade da equipa de futebol", afirmou Vale e Azevedo.