A dupla austríaca Kruder & Dorfmeister gere a invisibilidade mas transformou-se num dos fenómenos de culto mais consistentes da música actual. Poucos dias antes de se deslocar a Portugal para actuar como DJ e no momento em que o seu projecto paralelo Tosca edita o álbum "Suzuki", Dorfmeister explica como e porquê.

As entrevistas são reduzidas ao indispensável, as fotografias escasseiam, as escolhas artísticas e os métodos de trabalho são intrigantes, mantêm um atitude um pouco 'arty' e prevalece o mistério em torno dos seus lançamentos. Editaram apenas um EP de temas originais e foi através de um número infindável de remisturas - dos Rockers Hi-Fi a Madonna - que construíram uma reputação invejável. O ano passado Peter Kruder revelou-se com o seu projecto individual Peace Orchestra e agora é Richard Dorfmeister - na companhia do amigo de infância Rupert Huber - que regressa com o projecto Tosca. Através de "Suzuki" voltam também os devaneios rítmicos inebriantes e as digressões sónicas encantadoras tocadas por um lirismo melancólico sem par na música actual. Para ouvir na quinta-feira (dia 24) no bar do Lux - em baixo, na discoteca, vão estar os Groove Armada - e, no sábado (dia 27), na discoteca. Richard Dorfmeister - Shunryu Suzuki era um monge budista que exercia na Costa Oeste dos Estados Unidos. Já faleceu e parece-me que é pouco conhecido, apesar de ter escrito um livro nos anos 70. É daí que o nome do álbum surge, mas é também uma brincadeira em torno da marca de carros e de motos do mesmo nome. De qualquer forma o título não tem nenhum significado especial.