Entrevista:"La vida loca de Ricky Martin"
São oito da manhã em Nova Iorque e há cinco mil raparigas aos gritos na Rua 51, algumas penduradas nas janelas de escritórios. Para esta zona conservadora de Manhattan é um acontecimento. Para Ricky Martin é mais um dia de trabalho. Vai estar em directo no programa de televisão Today e esse simples facto provoca um engarrafamento de trânsito que dura horas."Desde que o conheço - afirma Robi Rosa, co-autor de "Livin' la Vida Loca" e ex-membro e companheiro de quarto de Ricky no grupo juvenil Menudo - que ele transmite um sentimento de alegria." Para não falar de organização. O presidente do conselho de administração da Ricky Martin Inc. tem gerido a sua carreira de uma maneira que é tudo menos louca. Nascido na véspera de Natal de 1971 em Porto Rico, filho de Nereida Morales e Enrique Martin III, Enrique 'Kiki' Martin IV começou a fazer anúncios para a televisão aos sete anos. Aos 12, juntou-se aos Menudo. Depois de deixar o grupo, aos 17, pensou em abandonar o mundo do espectáculo. Mas um papel num musical na Cidade do México levou-o às telenovelas, após interpretar uma personagem na série Hospital Geral e marcar presença na Broadway, em "Les Misérables", em 1996. Em 1991 lançou o primeiro de quatro álbuns a solo, que venderam em todo o mundo 15 milhões de cópias. Não trabalhou sozinho. "Quando Ricky me telefonou, em 1993, a dizer que queria fazer um álbum latino, fiquei surpreendido" - afirma Rosa, a quem Martin chama a sua "alma latina". "Ricky e eu somos tão parecidos como Julio Iglesias e Sid Vicious", acrescenta com uma gargalhada. É evidente que Martin viu que precisava de um pouco de Sid Vicious; foi uma canção de que Rosa foi co-autor, "Maria", que tornou Martin conhecido em Espanha e no resto da Europa.Mas foi só em Fevereiro que a América o ouviu. A sua interpretação "hip-pop" de "La copa de la vida", o hino do mundial de futebol, na cerimónia de entrega dos Grammy arrasou a audiência. Em Maio, quando o seu primeiro álbum em língua inglesa foi lançado, saltou directamente para o primeiro lugar dos tops.R,- Desde que fui à Índia o ano passado e aprendi Kryia ioga. Vinte a 40 minutos para mim, todos os dias. Mantém-me equilibrado. Nada de televisão, nada de rádio, só eu. "Não tenhas medo; entra aí [aponta para o peito]."