Orgulho índio
Os blues e o jazz urbanos, por um lado, as tradições dos índios da região de Oaxaca e os ritmos latinos, por outro, orientaram a música de Lila Downs para uma fusão que a coloca, hoje, num lugar à parte da música popular da América Latina. Gravou há dois anos o álbum "La Sandunga", que significa "mulher orgulhosa, forte e sexy". São as canções desse disco, mas também de um novo trabalho sobre a temática dos índios mexicanos, que apresenta hoje, às 21h30, na Culturgest.
Filha de pai norte-americano e de mãe mexicana, Lila Downs cresceu entre dois mundos e duas culturas. Os blues e o jazz urbanos, por um lado, as tradições dos índios da região de Oaxaca e os ritmos latinos, por outro, orientaram a sua música para uma fusão que a coloca, hoje, num lugar à parte da música popular da América Latina. Conviveu com as bandas mariachis na juventude, estudou ópera, composição e antropologia, e gravou há dois anos um álbum intitulado "La Sandunga". Que significa "mulher orgulhosa, forte e sexy". Poderia ser o auto-retrato da cantora. No seu segundo espectáculo em Portugal (actuou antes na Expo), hoje, às 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, apresentará canções de "La Sandunga", mas também de um novo trabalho sobre a temática dos índios mexicanos.Orgulhosa da sua ascendência, explicou ao PÚBLICO que é preciso deixar de ter vergonha de ser índio.PÚBLICO - Quando começou a interessar-se pela música popular mexicana?LILA DOWNS - Cresci na província de Oaxaca, onde habitam vários grupos índios. A minha mãe pertence a um desses grupos, os Mixtecos, e por isso fui aprendendo aos poucos a conhecer a língua, os costumes e as tradições. Mais tarde este interesse aprofundou-se graças aos estudos que fiz de antropologia, o que me levou a aproximar ainda mais das minhas raízes.