Gótico conjugal
Siouxsie acabou com os Banshees, mas regressa com o marido e baterista Budgie no projecto Creatures. Nesta entrevista, a veterana diva do punk e do gótico fala da sua relação conjugal e profissional, reafirmando-se como uma rebelde de 41 anos de idade.
Siouxsie e o marido baterista Budgie casaram-se em 1991 e compraram um canto de paraíso rural, no Sul de França. Durante algumas semanas conseguiram passar despercebidos, até que foram descobertos pela legião de punks e góticos que se entretêm a persegui-los. Em 1996, quando os Sex Pistols anunciaram que se iam refazer, os Banshees fartaram-se de vez do carnaval revivalista e acabaram com a banda, que haviam formado precisamente 20 anos antes. Agora estão de volta, com o projecto Creatures, que desde 1981 Siouxsie e Budgie desenvolveram no tempo livre das obrigações dos Banshees. Na entrevista que se segue Siouxsie explica esta opção, reflecte sobre a indústria musical, o público, a transição que são os Creatures em paralelo com o seu casamento. PÚBLICO - Existirá um fio condutor que atravessa os três álbuns que lançaram e define a identidade dos Creatures, ou este é um projecto que muda de disco para disco?SIOUXSIE - Desde o primeiro EP que lançámos, a base da música dos Creatures é a combinação de voz e bateria, mas com a liberdade para, se quisermos, elaborarmos mais os temas e introduzirmos outros instrumentos. Se os dois primeiros álbuns dos Creatures apareceram no espaço deixado vago pela carreira dos Banshees, este terceiro não sofreu porém esse tipo de pressões. Sobretudo não tivemos de nos apressar para não entrar em colisão com a agenda dos Banshees. Agora libertámo-nos de toda a bagagem suplementar inevitável numa banda e de todo esse absurdo que eram as expectativas que as pessoas tinham sobre a forma como devíamos soar.