A taça é deles
Os franceses não param. Nos últimos dois anos, Daft Punk e Air conquistaram o mundo com álbuns editados em Janeiro. Entretanto ganharam o Campeonato do Mundo. As coisas podiam correr melhor? O projecto Cassius acha que sim.
Era previsível. As editoras de todo o mundo só estavam à espera de Janeiro para poderem lançar um álbum chamado "1999". Ele aí está, veio de França e traz uma aura de triunfo anunciado à sua volta.O projecto Cassius, embora se estreie com este álbum, justifica plenamente o entusiasmo quando se olha para o currículo dos dois produtores que o integram. Phillipe Zdar faz parte dos Motorbass juntamente com Étienne de Crécy. O seu parceiro nos Cassius é Boombass (trabalhou nos primeiros álbuns de MC Solaar) e juntos já haviam editado pelo Mo' Wax de James Lavelle sob o pseudónimo de La Funk Mob. A sua primeira experiência com a house também foi travestida: assinaram "Foxy lady" como L'Homme Qui Vallait Trois Millards.Desde 1988 que Phillipe e Hubert (Boombass) se conhecem e partilham interesses musicais. As suas diversas colaborações até à data foram a preparação para este novo projecto, Cassius, que une o melhor de dois mundos: hip hop e house, as escolas de Hubert e Phillipe.PÚBLICO - Já conhece Phillipe Zdar há dez anos, mas só agora decidiram lançar um álbum. Porquê?BOOMBASS - Foi preciso tempo para eu começar a acreditar na minha música instrumental, sempre preferi trabalhar com rappers e MC, precisava de os ouvir falar sobre a música. Desde que conheci o Phillipe até hoje fizemos algumas coisas juntas, mas de facto faltava algo que nos levasse a fazer um álbum. Demorámos mas fizemos, isso é que conta. Eu queria ser baterista e passei muito tempo a dominar instrumentos e técnicas de gravação que pouco têm que ver com música house, por exemplo. Entrei no mundo dos samplers relativamente tarde. Foi só com o álbum dos Motorbass que pensei melhor e achei que esse tipo de música podia ser interessante e que eu próprio a podia fazer.