Carmen Herrera (1915-2022), uma linha recta que demorou 89 anos a chegar ao destino
Carmen Herrera andou décadas a pintar para quase ninguém. Até que, já perto dos 90 anos, a fama e o sucesso irromperam na sua vida e o mundo reconheceu o seu talento, que era gigante.
Teve as primeiras lições de pintura aos oito anos, aproveitou o que pôde de mestres vários, e depois seguiu sempre em linha recta, entregue à sua visão interior e à sua improvável persistência. Viveu nos sítios certos para as ambições de um artista do século XX — Nova Iorque e Paris —, pintou que se fartou, dia após dia, e foi expondo aqui e ali. Até que o mundo da arte finalmente a adoptou: o seu talento foi reconhecido e os museus começaram a disputar-lhe as obras, com os seus planos de cores contrastantes, as suas amadas linhas rectas, as tensas diagonais a tornar tudo ainda mais vivo.
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