Quem tem medo da avaliação por pares?
É incontestável que a publicação científica se transformou num negócio para todos: seria possível não acontecer aqui o que vemos em todas as outras actividades? Mas não se deve confundir a ideia da avaliação por pares com a sua concretização.
Nos últimos dias têm-se sucedido na comunicação social, nomeadamente no PÚBLICO, diversos textos sobre um assunto importante no meio académico e científico que não só origina opiniões contraditórias, como estas são por vezes formuladas de modo inflamado que parece evocar discussões entre adeptos de adversárias equipas de futebol. De um lado estão os seguidores de um sistema de publicação centrado na avaliação por pares (peer review) e nas revistas de circulação internacional que integram um mercado dominado por um reduzido número de editoras. Do outro, os que entendem que a publicação científica não deve estar sujeita à ditadura desse sistema internacional que ignora as especificidades nacionais dos temas e da língua em que estes se exprimem. Além disso, dizem alguns, a avaliação por pares é censura ou, dizem outros, é algo a que não se deve submeter quem já prestou provas e tem carreira feita.
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