Patrick Juvet, antiga estrela suíça do disco-sound, morre aos 70 anos

Cantor e compositor suíço foi encontrado morto no seu apartamento em Barcelona, onde vivia. Desconhecem-se as causas da morte, que deverão ser divulgadas após a autópsia.

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Patrick Juvet fotografado em Genebra, na Suíça, em Outubro de 2007 LIONEL FLUSIN/GAMMA/GETTY IMAGES

Patrick Juvet, cantor e compositor suíço que na década de 70 do século passado se tornou célebre com várias canções na onda do então chamado disco-sound, foi encontrado morto em Barcelona, no apartamento onde vivia. A notícia foi dada no dia 1 de Abril à agência France Press pelo seu agente Yann Ydoux, que se mostrou surpreendido e ao mesmo tempo reservado quanto às origens da morte, que deverão ser determinadas na medicina legal. “Haverá uma autópsia”, afirmou ele, numa declaração já citada por vários órgãos de comunicação, desde logo franceses (como o Le Monde) ou espanhóis (como o El País). “Falei com ele há três dias por telefone, e estava bem.”

Nascido em 21 de Agosto de 1950 em Montreux, Suíça, Patrick estudou piano no conservatório desde os 6 anos. Mas não foi pela música que enveredou logo: estudou artes decorativas até aos 17 anos, idade em que foi convidado a entrar numa agência de modelos. Quatro nos mais tarde, em 1971, parte para Paris com o objectivo de se juntar a Pascal Maignant, seu companheiro e futuro agente. É este que convence a romancista e produtora Florence Aboukler (1935-2002) de que Patrick era um compositor talentoso e devia ser ouvido. E foi ela mesmo que o apresentou ao editor e produtor Eddie Barclay, fundador em 1954 da editora discográfica Barclay Records. Ele concordou em gravá-lo, e assim surgiram, primeiro Romantiques pas morts, ainda em 1971, e em 1972 La musica, o seu primeiro grande sucesso, que venderia mais de 300 mil exemplares.

Isso bastou para que, em 1973, ano em que gravou outro dos seus grandes êxitos, Toujours du cinema, o seleccionassem para representar a Suíça no Festival da Eurovisão. Aí defendeu Je me vais marier, Marie, que ficaria em 12.º lugar, com 79 pontos. Foi de ouro, para ele, o resto da década. Namorou o glam-rock anglo-saxónico, inventou novos êxitos como Où sont les femmes (1977) e em 1978 instalou-se nos Estados Unidos, em Los Angeles, vindo a gravar três álbuns em Nova Iorque. No meio deles, mais êxitos, como Lady night ou I love America, este assinado a três mãos: Juvet, o produtor Jacques Morali e Victor Willis, líder e vocalista dos Village People.

Ainda lança, no início de década seguinte, um novo álbum, este em inglês (Still Alive, 1980), mas as vendas desiludem e, aos poucos, com a consequente perda de notoriedade, começa uma descida aos abismos, entre a droga e o álcool. Os anos 1990 são-lhe já mais favoráveis, com crescente recuperação de parte da velha aura. Reeditam-lhe antigos sucessos, participa em galas organizadas por discotecas, escreve para outros cantores e começa a preparar um livro de memórias que será editado em 2005, Les Bleus Au Coeur. Em 2008, nova colectânea, desta vez em disco triplo. De 2009 a 2018 participou várias vezes na digressão de Âge tendre et Têtes de bois, programa de variedades que reuniu, ao vivo, numerosos veteranos da canção francófona.

Há, no YouTube, o registo da sua participação (como entrevistado) numa das últimas emissões do programa televisivo Les Terriens du Dimanche!, de Thierry Ardison, em Março de 2019.

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