Plano Marshall. A “grande estratégia” americana para a reconstrução da Europa
Como um grupo de visionários americanos lançou as bases sobre as quais nasceu e foi construída a Comunidade Europeia. Um regresso ao passado antes do exigente futuro que se avizinha na Europa depois da pandemia.
Como quase sempre acontece perante situações económicas e sociais extremas, a promessa de um “Plano Marshall” surge sistematicamente no horizonte. Dispensa argumentos ou longas explicações: a simples referência a um “Plano Marshall” significa imediatamente um programa de dimensões, ao mesmo tempo, gigantescas e excepcionais. Para um país, para um continente, para o mundo. O seu simbolismo é poderoso. George W. Bush anunciou um “verdadeiro Plano Marshall para o Iraque” mesmo antes de desencadear a invasão, em Março de 2003. A Europa, quando a consciência lhe dói, promete mais um “Plano Marshall para África”. Quando o Congresso dos Estados Unidos aprovou um “pacote” de ajuda à economia superior a um “trilião” de dólares para fazer face à crise pandémica, muitos congressistas definiram-no como “um novo Plano Marshall”. Perante a dimensão humana e económica desta crise, a expressão entrou também no léxico dos líderes europeus. Pedro Sánchez, o primeiro-ministro de Espanha, pediu um à União Europeia. Ursula von der Leyen já prometeu fazer do orçamento plurianual da União Europeia um “verdadeiro Plano Marshall”. António Costa, o primeiro-ministro português, pediu um “grande plano” de reconstrução para a Europa, independentemente de se chamar “Marshall ou Von der Leyen”. São apenas alguns exemplos.
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