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Preço da habitação aumentou 46% em cinco anos

Dados da Confidencial Imobiliário demonstram que ciclo ininterrupto de subidas durante os últimos cinco anos fez subir o preço das casas em 46%. Durante o ano de 2018, as taxas de variação homóloga mensal estiveram sempre acima dos 10%.

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Adriano Miranda

O preço das casas em Portugal Continental aumentou 15,4% em Dezembro de 2018 face a igual mês do ano anterior, revelam dados apurados pela Confidencial Imobiliário, empresa de estatísticas especializada que trabalha com as informações dos mediadores imobiliários e desenvolveu o Índice de Preços Residenciais.

De acordo com esta empresa de estatísticas, o ciclo ininterrupto de cinco anos de valorização permitiu que os preços da habitação em Portugal apresentem um ganho de 46% face a meados de 2013, quando atingiram o seu ponto mais baixo. 

2018 foi mesmo o ano em que os preços mais aqueceram, de acordo com a Confidencial Imobiliário.

A subida de 15,4% em Dezembro de 2018 representa uma aceleração face aos 12,8% registados no final de 2017, e reflecte ainda o comportamento homólogo predominante ao longo do ano passado, com variações sempre acima dos 10%.

Entre Abril e Setembro as taxas de variação mantiveram-se entre os 15% e os 16%, chegando mesmo a atingir mais de 17% nos meses de Outubro e Novembro.

“Ainda assim, o desempenho homólogo dos preços em Dezembro apresenta um arrefecimento face ao mesmo indicador observado no mês anterior, quando foi atingida a valorização mais elevada em dez anos (17,3%). Em termos mensais, os preços encerraram o ano em estabilização, apresentando uma diferença residual de -0,1% em Dezembro comparativamente com o mês anterior”, lê-se na informação enviada aos meios de comunicação social pela empresa de estatísticas.

“Progressiva suavização do ritmo” de subida

O director da Confidencial Imobiliário acredita que os preços vão continuar a subir, mas agora com uma progressão mais lenta. Ricardo Magalhães baseia esta ideia nos resultados dos inquéritos do Portuguese Housing Market Survey, que, explica, apontam para uma “progressiva suavização do ritmo” de subida.

“Por um lado, devido ao nível de preços que já se atingiu e que começa a ter, por parte da procura, alguma reacção de cautela. Por outro lado, sendo a falta de oferta a grande base de sustentação desta subida, à medida que entrar novo stock no mercado, o crescimento tenderá a amenizar”, explica.

Esse reforço de stock já estará a acontecer. Nos últimos dois anos entraram em processo de licenciamento em Portugal 70 mil novos fogos. A 25 de Março será a vez de o Instituto Nacional de Estatística divulgar os dados apurados a nível nacional durante o último trimestre de 2018.

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