Trump aceita evitar shutdown e declara emergência nacional para construir muro

O Presidente dos EUA quer evitar os custos eleitorais de voltar a encerrar as agências do Governo e contentar as suas bases e os comentadores de direita.

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A declaração de emergência de Donald Trump não terá efeito imediato Yuri Gripas/REUTERS

O Presidente Donald Trump vai apoiar o compromisso a que chegaram republicanos e democratas para evitar novo shutdown e, ao mesmo tempo, declarar emergência nacional para poder ultrapassar o Congresso e iniciar a construção do muro na fronteira com o México que prometeu ao seu eleitorado, para tentar travar a imigração ilegal.

Foi Mitch McConnell, o líder da maioria republicana no Senado, quem anunciou a decisão de Trump, e que o Senado deverá votar o compromisso ainda esta noite.

A solução de compromisso a que chegaram os partidos no Congresso não satisfaz o Presidente – liberta apenas 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros) para o reforço da segurança na fronteira com o México, um valor muito inferior aos 5,7 mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros) que o Presidente Trump exigiu em Dezembro, quando se iniciou o mais longo encerramento (parcial) do Governo federal dos EUA.

Além disso, esse dinheiro só pode ser gasto na construção de 88 km de vedações e barreiras com colunas de ferro – e não na construção de um muro de betão ao longo de 346 km na fronteira entre os dois países, como Trump também exigiu há dois meses.

Não só o Presidente fica insatisfeito, como ficam irritados os comentadores mais radicais – e influentes – da direita americana, que já estão a mimar Trump com adjectivos pouco simpáticos por não ter conseguido ainda lançar a construção do muro anti-imigração que transformou em bandeira eleitoral.

Ann Coulter, uma dessas comentadoras, chamou já nesta quinta-feira no Twitter a Trump a "Merkel americana". "E quem  quer saber da Alemanha? Trump destruiu os EUA."

Mas não é certo que Trump possa simplesmente declarar emergência nacional e avançar com a construção do muro. A Câmara dos Representantes, por exemplo, que agora tem maioria democrata, pode aprovar uma resolução para o travar, que o Senado seria obrigado a discutir também. E a medida poderá ainda ser alvo de acções na justiça – pelo que podem passar-se largos meses antes que algo aconteça verdadeiramente.

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