Liga de Bombeiros e Administração Interna voltam ao diálogo

Ministério anuncia encontro no dia 18 para discutir diplomas polémicos sobre a Protecção Civil.

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Jaime Marta Soares LUSA/JOÃO RELVAS

O ministro da Administração interna anunciou nesta quarta-feira que se vai reunir no dia 18 com o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, para discutir os diplomas sobre Protecção Civil, aprovados na generalidade no Conselho de Ministros de 25 de Outubro.

As audições acontecem numa altura em que Governo e LBP estão de costas voltadas, com os bombeiros a tomarem uma atitude inédita, com a decisão de deixarem de enviar informações operacionais aos comandos distritais de operações de socorro (CDOS) da Protecção Civil desde a meia-noite de domingo.

O boicote está a ter uma adesão de 85% das associações humanitárias, de acordo com a LBP, o que tem provocado uma redução substancial, acima dos 50%, no número de ocorrência reportadas aos comandos da Protecção Civil. 

“Na sequência do diálogo que se iniciou com a Liga dos Bombeiros Portugueses após a aprovação, na generalidade, no Conselho de Ministros de 25 de Outubro, dos diplomas sobre a Protecção Civil, o Ministro da Administração Interna reúne-se com o presidente da LBP na próxima terça-feira, dia 18 de Dezembro”, diz o comunicado do Ministério da Administração Interna.

Entretanto, o PCP emitiu uma nota em que se coloca do lado da LBP. “A posição agora expressa por parte dos bombeiros e das organizações que os representam é inseparável do facto de o novo Sistema de Protecção Civil não dar resposta à sua justa pretensão para uma presença própria no quadro da estrutura de direcção da ANPC a exemplo do que acontece com todos os demais agentes de protecção civil”, diz o comunicado.

Os comunistas afirmam ainda que, “ao contrário do que devia acontecer, é notória a secundarização dos bombeiros e a militarização do sistema”. “Sem prejuízo da intervenção de outros agentes com papel relevante, um verdadeiro Sistema de Protecção Civil não pode desconsiderar o importante papel que representa a intervenção dos bombeiros", acrescentam.

O PCP considera ainda “urgente a adequação da Lei de financiamento às necessidades das associações e corpos de bombeiros, o respeito pelos direitos e dignificação da carreira dos bombeiros profissionais e a melhoria do estatuto social e material dos voluntários”.

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