Sánchez em campanha na Andaluzia para evitar “um bloqueio das direitas”

Díaz agradece ao primeiro-ministro o que fez pela região em cinco meses. PP quer vencer a 2 de Dezembro para “começar a expulsar Sánchez da Moncloa".

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Sánchez e Díaz, sorridentes durante o comício em Chiclana de la Frontera, Cádiz Marcelo del Pozo/Reuters

O Partido Socialista tinha garantido que o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, teria uma presença “intensa” na campanha que acaba de arrancar na Andaluzia para as eleições de 2 de Dezembro. Mas com uma agenda internacional apertada (incluindo o "Brexit", um encontro com António Costa e uma visita a Cuba), a sua participação, este domingo, num comício em Cádiz, talvez tenha sido a única vez em que os andaluzes o viram abraçar a presidente da região, Susana Díaz.

Para o PSOE, um bom resultado no seu bastião histórico seria o melhor ponto de partida para o ciclo que continua com as eleições europeias, autonómicas e municipais de Maio. “O comboio das vitórias socialistas tem a sua primeira paragem na Andaluzia”, garantiu Sánchez, que chegou ao poder em Junho depois de fazer aprovar uma moção de censura contra o então chefe de Governo, Mariano Rajoy.

“Tenho de começar por agradecer ao presidente, que nestes meses ajudou esta terra. Complicaram-lhe a vida mas ele está a fazer o que é correcto e justo”, afirmou Díaz, numa referência ao compromisso do Governo em manter a encomenda de corvetas aos estaleiros de Cádiz (o Podemos, que apoia Sánchez em Madrid, queria congelar os contratos com a Arábia Saudita por causa do assassínio do jornalista Jamal Khasgoggi).

Díaz acusou os opositores de não apresentarem propostas e de tratarem a Andaluzia como cenário para os seus interesses nacionais, limitando-se a dizer mal da líder da região e do PSOE. “É uma campanha de todos contra o PSOE e de todos contra mim”, sublinhou.

Tanto a dirigente autonómica como o primeiro-ministro apelaram a uma votação em massa para derrotar a direita, avisando que o Partido Popular pode unir-se aos Cidadãos (que apoiou Díaz na última legislatura) e bloquear uma governação socialista. “Precisamos de uma maioria profunda para evitar que haja bloqueios e garantir que a Andaluzia é governada por Susana Díaz”, afirmou Sánchez. “Já disseram que votar Cidadãos é votar PP”, avisou, por seu turno, Díaz, lembrando que Albert Rivera, líder do C’s, admitiu ceder os seus votos ao PP para a derrubar.

Sánchez não deixou também de criticar o que considera a “radicalização” do discurso dos dois principais adversários, numa altura em que as sondagens admitem que o partido de extrema-direita Vox pode conseguir eleger um deputado no parlamento andaluz. “O seu abandono da moderação está a fazer crescer a extrema-direita, é uma consequência da sua irresponsabilidade política”, acusa.

Pablo Casado, que sucedeu a Rajoy na liderança do PP, já disse partilhar “várias propostas” do Vox e tem apelado aos eleitores desta formação para que votem nos populares. Enquanto Sánchez discursava em Cádiz, Casado pedia em Algeciras que os seus apoiantes acorram às urnas como primeiro passo para “começar a expulsar Sánchez da Moncloa”, a sede do Governo em Madrid.

Já o candidato do PP às eleições que se realizam daqui a duas semanas acusou o PSOE de “activar a campanha do medo, dizendo que a mudança significa incerteza”. Juanma Moreno pede por isso aos andaluzes que “sejam rebeldes e digam ‘não vou aguentar nem mais um minuto este socialismo que esmaga as minhas ilusões’”.

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